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Síntese: Psicologia e Grécia Antiga

 

  • PSICOLOGIA E A FILOSOFIA GREGA 

-A filosofia e a ciência, na Grécia Antiga, eram consideradas um processo de conhecimento sem distinção, pois tanto a linha de instigação filosófica tanto da ciência eram as mesmas, ou seja, explicitar através da razão o que se deu no sentido para tornar-se inteligível, e universalmente aceitas as regras do saber em geral: 
--> Um conjunto de normas técnicas-metodológicas, orientar a produção do conhecimento. 
-->"Nasce a téchnê quando, a partir de muitas observações experimentadas, surge uma noção universal dos casos semelhantes."- ARISTÓTELES, Metafísica, I, I, 981 a 5-12 
 
-A psicologia surgiu como uma disciplina independente da filosofia e adotou gradualmente os métodos das ciências. “Psicologia” desse período, seria hoje considerado pertencente ao campo da medicina.  

 

-Os médicos gregos tinham teorias a respeito do locus da mente e do modo como a fisiologia pode afetar o temperamento. 
 
-Muitas concepções hoje utilizadas na psicologia, e diversas outras áreas do saber, tiveram suas origens com os filósofos e médicos gregos. Questões fundamentais sobre o pensamento, os métodos a respeito do conhecimento, das emoções, das percepções e movimentos inconscientes. 
 
-No desenvolvimento histórico da filosofia, a correlação entre alma, intelecto e coração é bastante representativa. 
 
-É a partir da civilização grega que nascem investigações organizadas sobre a estrutura, funcionamento do corpo e da alma, e como essas duas entidades se relacionam. 

 

  • HOMERO (928-898 A.C.) 

-Desde Homero os gregos já possuíam uma visão acerca de corpo e alma [1200-800 A.C] (Reale,2002). 

 
-"É a partir de suas narrações que se conhece sobre a estrutura social e cultural da época, além de nos apresentar indícios de como era vista a relação entre o corpo e a alma (ou mente) e como eram definidos os conceitos de saúde e enfermidade." 

 
-Os gregos homéricos concebiam o corpo como um conjunto de membros, por consequência não possuíam um conceito de unidade se referindo à mente ou alma. De acordo com Snell, isso se deve ao fato da inexistência do conhecimento sobre a psique nesse período da história. 

 
-Mas Reale apresenta vários termos que Homero utilizou para descrever e se referir a vida mental.  Por exemplo: Termos se referindo a sentimentos e paixões, estados de ânimo, experiências de morte, "Homero utiliza o termo psyché sobretudo associado com o momento da morte do indivíduo (Reale, 2002)". 

 

  • MEDICINA GREGA 

-A medicina grega estava nas mãos dos sacerdotes que residiam nos templos e eram considerados detentores dos segredos de Asclépio, o deus grego da medicina. 

 

-Por volta de 500 a.C., um médico de nome Alcmaeon começou a dissecar corpos, de animais para estudar seus esqueletos, músculos e cérebros. As primeiras descrições do corpo já existiam, mas Alcmaeon provavelmente foi o primeiro baseada em observações objetivas. As doenças eram produtos dos respectivos equilíbrios e desequilíbrios dos sistemas corporais. 

 

  • HIPÓCRATES (460-370 A.C.) 

-"Frias (2001) considera que Platão se utilizou dos modelos da medicina hipocrática no desenvolvimento de certas ideias filosóficas como, por exemplo, sua explicação para os estados caracterizados por Platão como mania e sua discussão sobre as doenças da alma." 
 
-Hipócrates dizia que dá doença resultaria de causa natural e deve ser tratada com os mesmos métodos naturais. Ele apresentou claras descrições da melancolia, da mania, da depressão pós-partos, das fobias, da paranoia e da histeria. 
 
-Os tratados de Hipócrates sobre o coração e o cérebro serem a sede do intelecto abriram novos rumos para linhas de estudos em toda Grécia Antiga. 

 

-A teoria Humoral foi desenvolvida na Grécia antiga por Hipócrates, deduzindo dos quatro elementos primários do universo (terra, ar, fogo e água) quatro qualidades: calor, frio, úmido e seco, as quais foram relacionadas à quatro humores corporais: sangue, fleuma, bile branca e bile negra. 

--> Colérico, melancólico, fleumático, sanguíneo. 

 

  • OS FILÓSOFOS PRÉ-SCORÁTICOS (SÉC. VII-V A.C.) 

-O primeiro período filosófico e que é designado como filosofia pré-socrática. Inaugura uma série de conceitos, de ‘princípio', ‘elemento', ‘matéria', ‘forma', ‘ser', ‘devir' e ‘espírito'. 

 

-Os pré-socráticos são divididos em quatro grupos: os físicos, os eleatas, os atomistas e os sofistas. 

 

- Os físicos preocupavam-se com o princípio de unidade. Eles queriam saber qual o princípio unitário do qual se originavam e que também transformava o mundo real. Assim, para Tales de Mileto (624-546 a.C.) este princípio unitário era a água, para Anaximandro (610-547 a.C.) era o ‘apeiron' (algo imortal, imperecível, indeterminado e indiferenciável, ilimitado), para Anaxímenes (588-524 a.C.) era o ar (dele origina-se a noção de pneuma, sopro criador da vida e animador dos organismos) e para Heráclito era o fogo. O princípio unitário do fogo, defendido por Heráclito, foi também a primeira formulação da ideia de devir, de dialética. 

 

-Pitágoras (584-495 A.C.), surgem os conceitos de limites (peras) de número e de harmonia cósmica (as formas que ordenam o ser não surgem caprichosamente, ao contrário, constituem um sistema, um todo que tem harmonia cósmica). A alma era entendida como sendo a harmonia cósmica. A relação matemática entre o mundo físico e a experiência da harmonia. Os processos psicológicos complexos como a motivação a criatividade e a inteligência. 

 

  • DEMÓCRITO (460-370 A.C.) 

- O principal representante dos atomistas foi Demócrito de Abdera (460-370). Para ele já não havia nem deuses nem nenhuma classe de representações tomadas da vida humana. O que havia eram átomos. Os átomos eram definidos como sendo "corpúsculos minúsculos, últimos invisíveis, todos da mesma qualidade, ainda diferentes em sua magnitude e em sua forma" (Hirschberger, p. 22, 1973). 

--> Seu movimento se efetua no vazio, que é, por assim dizer, o lugar das mudanças e não o simples nada, pois o vazio existe de modo efetivo, ainda em forma distinta do ser sólido e cheio que são os átomos. Assim, o movimento que tem lugar no vazio é impulsionado por uma força externa que junta e desagrega as coisas como o amor e o ódio.  

 

- Demócrito preocupou-se, mais do que qualquer filósofo anterior a ele, com a incerteza das impressões sensíveis. 

 

"Para Demócrito, tudo se tratava de átomo e vazio e suas relações dentro de uma composição que compunha a realidade: “Por convenção, a cor; por convenção, o doce; por convenção, o amargo; mas na realidade átomos e vazio [...]” (Demócrito, Fr. 125, apud Bernabé, 2008, p. 295). Por convenção, pois nem doce, tampouco cores, são conceitos impostos à determinada coisa. Mas o aspecto convencional da linguagem, nesse sentido, não determina apenas uma oposição entre convenção e realidade, mas que a realidade poderia ser efeito do caráter convencional, declinando assim de um pressuposto naturalista da linguagem." 
 
-O pensador de Abdera afirma que o cérebro é a sede do pensamento, os átomos podem tanto como influenciar ou serem influenciados; localiza as faculdades afetivas em diferentes partes do corpo. Enquanto o desejo no fígado e a ira no coração. 

 

  • SÓCRATES (469-399 A.C.) 

-O filósofo tinha como alvo de suas investigações a ética, a moral e a virtude. Ele considerou que o ser humano tende ao bem e que todo vício é produto da ignorância. Ele acreditava que o bem, o amor, a bondade e a ética eram baseadas em definições universais. 

 
-A base do seu pensamento é: "Conhece a ti mesmo.", Sócrates entendia que o homem é o centro de toda interrogação. Ou seja, estimulava que cada um buscasse conhecer a si mesmo, questionando a si mesmo para as pessoas destruam suas verdades absolutas assim, cada indivíduo poderia chegar às suas próprias conclusões e dar à luz suas próprias ideais. 

 
-Segundo Sócrates o sujeito humano é o centro de toda a inquisição; como esta se reduz a uma única questão, conhecer o bem, o sujeito tem uma só realidade. 

 
-Suas principais contribuições foram: 

1. Interesse pela psiquê: Sócrates e seu discípulo Platão trabalharam e refletiram sobre a existência da psique, o que eles consideravam a alma. É evidente a influência desse fato na atual ciência da psicologia, sendo seu nascimento produto da reflexão sobre os conteúdos de nossa mente derivados desses e de outros autores. 
 
2. Ética e moral: Sócrates concentrou seu pensamento na ética e na moral. O comportamento do indivíduo na sociedade e a formação de padrões de comportamento, atitudes e valores são alguns dos muitos aspectos com os quais a psicologia lida. 
 
3. Método Indutivo: Sócrates é considerado um dos precursores quando se trata da criação do método indutivo, ao afirmar que as pessoas têm acesso ao conhecimento da verdade por meio de sua experiência em vez de partir de conhecimentos assumidos e considerados para sempre. Este método é de grande importância por sua vez na geração do método científico, caracterizado pelo raciocínio hipotético-dedutivo. 
 
4. Método socrático: É uma estratégia baseada na maiêutica de Sócrates que ainda hoje é utilizada na prática da psicologia, sendo básica em terapias múltiplas. Baseia-se em fazer perguntas indutivas: o terapeuta faz diferentes perguntas a fim de fazer o sujeito refletir e encontrar sua própria resposta ao que foi levantado. 
 
5. Precursor do construtivismo: O construtivismo se baseia na criação de conhecimento por meio da geração de conhecimento compartilhado que, depende do sujeito ser capaz de dar sentido ao material aprendido. Sócrates considerou que não o que pensar, mas como fazer deve ser ensinado. Essa consideração está atrelada à busca do construtivismo para que o aluno gere seu próprio processo de aprendizagem, graças à aplicação dos diversos auxílios oferecidos pelo meio. Assim, como propôs Sócrates, o professor deve ajudar o aluno a gerar para criar seu próprio conhecimento. 
 
6. Uso de ironia: Sócrates foi caracterizado por fazer uso de, em seu método dialético, de ironia. Fazer com que o sujeito percebesse que as contradições em sua fala eram consideradas sábias e refutar seus argumentos enviesados, a fim de torná-lo ciente de seu verdadeiro nível de conhecimento. 

 

  • PLATÃO (428-348 A.C.) 

-A principal característica do pensamento de Platão é responder o que é intelecto. No entanto, suas teorias trazem um dos primeiros esboços dos principais temas psicológicos, tais como, intelecto (via cognitiva) emoção (via afetiva), motivação e saúde mental (via ativa e grandes sínteses), e diferenças individuais. 

 

- Platão, seguindo Sócrates, defendia que a origem do Intelecto, estava na alma. A tarefa da alma era superar as ilusões das impressões sensoriais e vencer as seduções do corpo para que fossem avivadas suas reminiscências. Através do contado com o mundo e com os outros seres a alma poderia despertar a lembrança do Belo e do Bem Absoluto. 

 

-No Fédon, busca demonstrar de vários modos que os impulsos do corpo (sede do conhecimento sensível) são sempre muito mais inquietantes e fortes do que os desejos da alma. 

 
-Platão, entende a alma bem mais unida ao corpo do que separada dele, como se ela estivesse impelida a unir-se a ele. Submetida por certas impulsões ou paixões afetivas, por exemplo, prazer, dor, fome. 

 
-As impulsões sensíveis são em geral espontâneas, promovem a maior parte das inquietações, levando as pessoas se afastarem com o conhecimento verdadeiro, e também tudo indica que o pensador grego estava ciente que a razão está sempre entrelaçada com os afetos sensíveis, e inclinação dos sentimentos, e quanto menos a alma está educada, maior é a dependência. 

 
-A realidade concreta, só resulta para os humanos em realidade na medida em que convertemos em conceitos, noções ou ideias. A realidade empírica é apenas uma sombra., e a luz da realidade inteligível pela via do símbolo e do pensamento. 

 
-Não conhecemos as coisas pelo que se mostram, pelas aparências, e sim pelo que nelas racionalmente (mediante símbolos ideativos) supomos como permanente imóvel, universal, sempre verdadeiro e idêntico a si mesmo. 

 
-Eis os motivos pelo qual o filósofo aconselhava seus discípulos, principalmente, aqueles que gostariam de fazer ciência, sobre a necessidade de se libertarem das "amarras do sensível".  

 
-Por fim, Platão concebeu a ideia de investigação técnica-metodológica à esfera do inteligível, e não do sensível, pois jamais admitiu que sensação é fazer ciência. 


 

  • ARISTÓTELES (384-322 A.C.) 

-Foi pouco a pouco se distanciando das ideias de Platão, assumindo uma  
posição mais realista e naturalista em relação a alma e ao mundo. Criticou os pitagóricos e os platônicos por defenderem uma visão mítica sobre a alma e não atentarem para as características reais, físicas e orgânicas do homem. E também discordava do extremo materialismo dos atomistas, pois acreditava que as características humanas de poder escolher e pensar eram de outra ordem. 

 
-O pensador é considerado o primeiro grande filósofo a definir métodos sistemáticos de investigação.  

 
-A psiquê para Aristóteles não é separada do corpo, é o princípio ativo da vida. 

--> A alma coordena as funções vitais do organismo que são: sensações, afeições e atividades, sensibilidade e entendimento. A relação entre alma e corpo é de natureza funcional. Justamente, por atribuir esse ideal a respeito da alma, é nomeado por muitos historiadores como o principal personagem da linha cronológica grega na psicologia. 

 
- Sua obra, De Anima, é conceituada o primeiro estudo epistemológico sobre a psiquê. 

 
-Aristóteles caracterizou a razão como “aquela parte da alma que permite conhecer e pensar” (Aristóteles, trad. 2001, p. 100). 





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